Cirurgia Ortognática: Como é Feita e o que Você Precisa Saber

Etapas e Tudo o que Você Precisa Saber sobre Cirurgia Ortognática

A cirurgia ortognática é uma solução complexa e eficaz para corrigir desalinhamentos maxilares que afetam a funcionalidade e a estética facial. O procedimento é recomendado em casos de problemas severos de mordida, apneia do sono, dificuldades na mastigação, fala e até mesmo na respiração. Esse artigo fornece uma visão detalhada sobre como é feita a cirurgia ortognática, abordando todas as etapas, desde a preparação ortodôntica até o pós-operatório, para ajudar você a entender o processo e a se preparar para essa intervenção.


O Que é a Cirurgia Ortognática?

A cirurgia ortognática, também conhecida como cirurgia corretiva dos maxilares, visa reposicionar o maxilar superior e a mandíbula (maxilar inferior) para corrigir problemas de alinhamento. Ela é realizada por um cirurgião bucomaxilofacial em colaboração com um ortodontista. Em muitos casos, a cirurgia é a única opção para corrigir deformidades ósseas significativas, uma vez que o tratamento ortodôntico sozinho não é capaz de resolver problemas de alinhamento severos.

A cirurgia ortognática não é apenas uma intervenção estética; ela tem o objetivo de melhorar a funcionalidade do sistema mastigatório, respiratório e até mesmo da fala. O procedimento também promove um rosto mais harmonioso, o que impacta positivamente a autoestima dos pacientes.


Quando a Cirurgia Ortognática é Indicada?

A cirurgia ortognática é indicada em uma série de situações em que o desalinhamento maxilomandibular interfere na funcionalidade e saúde do paciente, como:

  1. Mordida Cruzada e Aberta: Problemas de oclusão, como a mordida cruzada e a mordida aberta, afetam a mastigação e podem causar dores na articulação temporomandibular (ATM).
  2. Prognatismo e Retrognatismo: O prognatismo (mandíbula projetada para frente) e o retrognatismo (mandíbula recuada) são condições que afetam a simetria facial e podem causar dificuldades de mastigação e fala.
  3. Apneia Obstrutiva do Sono: O desalinhamento dos maxilares pode bloquear as vias respiratórias, causando apneia do sono.
  4. Dores na ATM: Desalinhamentos que sobrecarregam a ATM resultam em dores crônicas e desconforto ao movimentar a mandíbula.
  5. Dificuldades na Mastigação e Deglutição: O encaixe incorreto dos dentes prejudica a mastigação e a digestão.

Se você apresenta alguns desses sintomas e o tratamento ortodôntico isolado não foi suficiente, a cirurgia ortognática pode ser a solução indicada para o seu caso.


Como é Feita a Cirurgia Ortognática? Principais Etapas

O processo da cirurgia ortognática envolve várias etapas que vão desde o planejamento ortodôntico inicial até o pós-operatório e a finalização ortodôntica. Vamos entender cada uma dessas fases para que você possa visualizar como é o processo completo.

1. Planejamento e Avaliação Inicial

A primeira etapa é uma avaliação completa realizada pelo ortodontista e pelo cirurgião bucomaxilofacial. Exames detalhados, como tomografias computadorizadas, moldes de gesso e fotografias, são coletados para que o cirurgião possa analisar o caso. O planejamento é realizado com base nesses exames e nas expectativas do paciente.

Com o uso de softwares 3D, a equipe médica simula o novo posicionamento dos maxilares, permitindo que o paciente visualize o resultado final. Essa simulação é importante para que todos os detalhes do procedimento sejam planejados com precisão.

2. Preparação Ortodôntica

Antes da cirurgia, o paciente passa por um tratamento ortodôntico que pode durar entre 12 a 24 meses, dependendo da complexidade do caso. O objetivo do aparelho ortodôntico é alinhar os dentes de forma que, ao reposicionar os maxilares, a mordida fique correta. Durante essa fase, o ortodontista realiza ajustes periódicos para garantir que os dentes estejam alinhados e prontos para o procedimento cirúrgico.

3. Planejamento Cirúrgico

Após a preparação ortodôntica, a equipe realiza o planejamento cirúrgico definitivo. Nesta fase, são determinados os tipos de cortes ósseos e o reposicionamento exato dos maxilares. O cirurgião explica ao paciente como será realizado o procedimento e quais são os principais cuidados para o pré e o pós-operatório.

4. Procedimento Cirúrgico

A cirurgia ortognática é realizada sob anestesia geral e em ambiente hospitalar. A duração da cirurgia pode variar de duas a cinco horas, dependendo do caso. Durante o procedimento, o cirurgião faz incisões na boca, o que evita cicatrizes externas visíveis.

Existem diferentes tipos de cirurgia ortognática, cada uma com uma finalidade específica:

  • Le Fort I (Cirurgia do Maxilar Superior): Reposiciona o maxilar superior. Esse procedimento é indicado para corrigir mordida aberta, mordida cruzada e desalinhamento vertical dos dentes superiores.
  • Osteotomia Sagital Bilateral (Cirurgia da Mandíbula): Reposiciona a mandíbula, corrigindo prognatismo ou retrognatismo. Nesse procedimento, a mandíbula é cortada em duas partes, reposicionada e fixada com parafusos de titânio.
  • Genioplastia: Corrige a posição do queixo. Em muitos casos, é realizada em conjunto com as outras cirurgias para harmonizar o perfil facial.

Após reposicionar os maxilares, o cirurgião fixa os ossos com placas e parafusos de titânio para manter a estabilidade. Esses materiais são biocompatíveis e não causam problemas ao organismo.

5. Pós-operatório Imediato

Após a cirurgia, o paciente é levado para a sala de recuperação, onde é monitorado nas primeiras horas. É comum que o paciente permaneça internado por um a três dias, dependendo da resposta à cirurgia. Durante esse período, a equipe médica controla a dor e o inchaço com medicações e orienta o paciente sobre os cuidados iniciais.

O inchaço e as dores são normais nos primeiros dias, mas podem ser aliviados com compressas frias e medicamentos. Além disso, é importante seguir uma dieta líquida e evitar esforço físico.

6. Recuperação e Cuidados Pós-operatórios

A recuperação da cirurgia ortognática varia entre três a seis meses, dependendo da resposta do paciente e dos cuidados tomados. Os primeiros 15 a 30 dias são os mais críticos, pois o paciente deve seguir uma dieta líquida ou pastosa para evitar esforços nos maxilares. Aos poucos, o paciente poderá retornar à alimentação normal, conforme orientação do cirurgião.

Além da alimentação, é essencial seguir as orientações de higiene bucal para evitar infecções. O uso de escovas macias e enxaguantes bucais específicos é recomendado, principalmente nas áreas próximas aos pontos internos.

Durante a recuperação, o paciente terá consultas periódicas com o cirurgião e o ortodontista para monitorar a cicatrização e fazer ajustes no aparelho ortodôntico.

7. Ajustes Ortodônticos Finais

Após a recuperação cirúrgica, o ortodontista continua o tratamento para garantir que os dentes se encaixem de forma ideal. Essa fase pode durar de três a seis meses e é crucial para estabilizar os resultados, garantindo que a mordida esteja perfeita.


Principais Benefícios da Cirurgia Ortognática

A cirurgia ortognática oferece uma série de benefícios tanto funcionais quanto estéticos, proporcionando melhorias na qualidade de vida dos pacientes. Entre os principais benefícios, destacamos:

  1. Melhora na Função Mastigatória: O alinhamento correto dos maxilares facilita a mastigação, reduzindo o desgaste dental e prevenindo problemas gástricos.
  2. Correção de Problemas Respiratórios: A cirurgia aumenta o espaço das vias aéreas, o que é especialmente benéfico para pacientes com apneia obstrutiva do sono.
  3. Alívio das Dores na ATM: A cirurgia reduz a pressão sobre a articulação temporomandibular, aliviando dores faciais e cefaleias.
  4. Estética Facial e Autoestima: Com o reposicionamento dos maxilares, a cirurgia melhora a simetria facial e proporciona um perfil mais harmonioso.
  5. Melhora na Fala: O alinhamento adequado dos maxilares facilita a articulação de sons, promovendo uma fala mais clara.

Riscos e Complicações da Cirurgia Ortognática

Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia ortognática apresenta alguns riscos e complicações, como:

  1. Infecção: Pode ocorrer na área operada, mas geralmente é tratada com antibióticos.
  2. Sangramento: Pequenos sangramentos são comuns, mas em casos raros pode haver um sangramento mais intenso.
  3. Perda Temporária de Sensibilidade: A manipulação dos nervos faciais pode causar dormência temporária, especialmente no lábio inferior e no queixo.
  4. Má Oclusão: Em casos raros, pode haver um desalinhamento residual dos dentes, corrigido pelo tratamento ortodôntico pós-cirúrgico.
  5. Recidiva: Em casos raros, os maxilares podem voltar à posição original, o que pode exigir uma nova cirurgia.
  6. Problemas de Cicatrização: Algumas pessoas têm dificuldades na cicatrização, o que pode prolongar o processo de recuperação.

Esses riscos são minimizados com uma equipe experiente e o cumprimento das orientações médicas.


O Impacto da Cirurgia Ortognática na Qualidade de Vida

A cirurgia ortognática transforma significativamente a vida dos pacientes, melhorando aspectos funcionais e estéticos. Além dos benefícios na saúde bucal, como a melhora na mastigação e a redução das dores na ATM, muitos pacientes relatam um aumento na autoestima e na confiança após o procedimento. A possibilidade de respirar melhor e dormir sem interrupções devido à apneia do sono é outro benefício importante para a qualidade de vida.


Considerações Finais: Vale a Pena Fazer a Cirurgia Ortognática?

A decisão de realizar a cirurgia ortognática é pessoal e deve ser tomada após uma avaliação cuidadosa com um ortodontista e um cirurgião bucomaxilofacial. Para pacientes que sofrem com desalinhamentos severos que afetam a saúde e a estética facial, a cirurgia ortognática pode ser transformadora, proporcionando não apenas uma mordida funcional e uma melhor qualidade de vida, mas também um aumento na autoconfiança.

Se você apresenta alguns dos sintomas descritos e está considerando a cirurgia, busque orientação de profissionais especializados e faça uma avaliação completa para entender os benefícios e desafios do procedimento.

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